segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Hoje se fez passado...



Hoje o tempo parou, silêncio reflexivo...
Dia nublado, fatigado do homem
A melancolia latente percorre os corredores
Enquanto a menina vai levando consigo o colibri
Volte criança, ou leva-me contigo
Volto a ponto de partida
A menina sentada frente ao jardim da casa grande
Sonha com o futuro, olha para o céu, sempre o céu...
Brinca com as imagens formadas nas nuvens e sonha com o amanhã
Um amanhã viajante, errante, rumo à felicidade trazida pelo colibri
Um tempo onde os braços maternos estavam ao alcance
Ela olhava para o céu até o dia ir embora trazendo a noite
Menina olha as três Marias, não conte estrelas, criança...
Uma estrela cadente! Faça um pedido.
Estrela, colibri, viagem,
A criança pede viagem, descobertas e sensações
Ela cresce e continua com as suas descobertas e já o abraço materno se faz distante
Mas é possível sentir o calor do amor incondicional a cada vez que o medo chega
Aromas, sabores já passados estão vivos e invadem os corredores, salas e quarto.
Cheiro de pão caseiro, de mato, dos cabelos do pai.
Cheiro de terra molhada, da galinhada
Volto ao ponto de partida,
Os primeiros cadernos, as bonecas já encardidas e vem a saudade
Um profundo arrependimento de tudo o que não fiz, não disse
De tudo que fiz e disse,
A menina pediu para ser uma viajante errante,
O pedido foi atendido
Hoje a mulher pede para ser feliz, e percebe que a felicidade estava escondida na casa grande em frente ao jardim.
Lá estava o colibri, a menina sonhadora,
A mulher cultiva um novo jardim e nele planta todo o seu passado
Para colher o futuro
Volto ao ponto de partida
Céu nublado, mas a menina vê além
Começa novamente a decifrar os desenhos das nuvens
Segura a mulher pela mão e convida a esperar a noite,
A estrela cadente para um novo pedido,
O recomeço...


(“Agradeço por mais um ano de vida, só peço saúde e oportunidade de errar, acertar por mais algum tempo” Dia 07 de Dezembro- ouvindo minha canção favorita Ennio Morricone - Cinema Paradiso)
Créditos: Foto de Sérgio Fernandes
Texto: Lu Port-aux