terça-feira, 7 de agosto de 2012

Medo de gente que mente contente


"Ama a arte. Dentre todas as mentiras é a que menos mente."
(Gustave Flaubert)
Tenho passado boa parte dos meus dias acinzentados e noites enluaradas a refletir sobre a mentira.
Não chego a conclusão que preencha minha insônia cada dia mais constante.
A menina que ainda insiste viver em mim, percorre desde os montes até a pauliceia desvairada.Procurando a verdade, em vão, pobre criança.Ela em certos momentos encontra o fio do novelo emaranhado da “verdade absoluta”.
Puxa o fio, ele arrebenta nas mãozinhas frágeis da criança interior.Em outras um bom tanto do fio é percorrido, mas em certo momento fica preso em nó. O cansaço, a descrença invade o coração infante e o novelo é abandonado.
Mas a busca não cessa, há outros novelos pelo caminho. Pessoas de sorrisos brancos tais como Willy Wonka, bradam aos quatro ventos “verdades francas”. Incontestáveis verdades ou mentiras veladas?
Palavras de Aristóteles: Não ser descoberto em uma mentira é o mesmo que dizer a verdade."
O medo da teia de mentiras não me faz covarde, amarga ou descrente. A mentira também pode ser um anestésico da alma, nos distancia do real, que por deveras é insustentável ao “ser”.
Sigo avante o sol não tarde nos trópicos. Entre verdades absolutas e mentiras de perna curta a menina passeia e a mulher coleciona maturidade.
"A mentira nunca sobrevive até alcançar idade avançada."
(Sófocles)
Texto: Lu Port-aux
Foto arquivo pessoal: Lu Port-aux

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