sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Não enfie as unhas na minha maçã!
Uma bela tarde de verão sentada na varanda, avistando o horizonte, uma sinfonia suave de pássaros, cigarras e crianças, longe paulicéia desvairada, enfim um tempo para relaxar. Busco uma maçã, fruto vermelho, suculento. Preparo-me para primeira mordida quando em fração de segundos reparo um sinal de unha na fruta.
A magia do momento é interrompida drasticamente, um rasgo no formato de unha, mas de quem poderia ser?Como não percebi no hipermercado, fui atrás de outra maçã na geladeira, pelo menos quadro unidades estavam com sinais de unha.
Voltei indignada para a varanda, e fiquei observando-a entre as mãos. De quem seriam aquelas marcas de unha? Minha imaginação busca o autor daquela violação.
Poderia ser uma mulher ou um homem, aí vem o temido questionamento. Quais seriam os hábitos de higiene dessa criatura? A fruta tinha sido higienizada quando chegou das compras, mas marcas profundas permanecem ali.
Quem já não passou por uma situação semelhante?Vocês já observaram, nas quitandas ou gôndolas de hipermercados? As pessoas parecem ter olhos nas mãos, esmagam as frutas ou legumes, apertam com os dedos ou enfiam as unhas sem piedade.
Já vi essa cena centenas de vezes, senhoras esmagando tomates, enquanto outras vítimas recolhem-nos e levam uma mercadoria lesada para casa.
Concordo com os caros leitores, a minha intransigência com algo aparentemente simples é um exagero. Amigos é necessário apertar, unhar para saber se o alimento está em boas condições? Nós mesmos somos obrigados a consumir esse mesmo alimento maltratado.
Volta às compras, caros leitores. Assisti diversas vezes, atônica, pessoas esmagando frutos, e também iniciando a compra por alimentos perecíveis como carnes, frios e até mesmo sorvete. Para depois pegar os grãos , enlatados etc.Horas e horas vagando pelos corredores, enquanto seus produtos vão deteriorando, ficando expostos as bactérias.
Daí essa figura chega a sua casa vai preparar a carne, odor e aparência desagradável, reclama que o lugar vende carne estragada; o filho toma o iogurte e tem uma infecção intestinal e a culpa é do fabricante.
Vamos para o pior caso, é quando pessoas recolhem todos esses produtos perecíveis, ficam passeando por horas e depois desistem da compra. Daí vem um funcionário do estabelecimento e vai recolocando cada coisa em seu lugar.
Você um cidadão consciente, pega aquela mercadoria já comprometida, pelo erro de pessoas sem bom senso e leva inocentemente para o seu lar.
Essas mesmas criaturas de “unhas enormes” e hábitos questionáveis, quando saem do Brasil para visitar outro país são maltratadas lá fora, humilhadas. Julgam-se vítimas, descriminadas por outras culturas.
Experimente enfiar a unha na maçã no exterior. Fique vagando horas no hipermercado e deixando mercadorias para trás, ou então furando fila; estacionando em vaga especial, responderá pelos seus atos.
Para essa grande nação, falta apenas mais educação, civilidade e igualdade de condições. Mas “friso”, em muitas das atitudes citadas aqui, não são cometidas por pessoas mais humildes, que temem cometer algo errado, e sim por pessoas com um bom nível intelectual e financeiro, então posso concluir que é apenas falta de civilidade e bom senso.
Mas para que tanto samba, para poucos foliões?Estamos no Brasil, onde tudo o que se planta dá. Já dizia Gonçalves Dias na Canção do Exílio:
“Minha terra tem palmeiras onde cantam os sabiás
“As terras que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá.”
Mesmo assim. Não enfie as unhas na minha maçã!
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